25 ANOS

A Fazenda e queijaria Laguna completam 25 anos com uma história de sucesso e destaque no mercado nacional.

 

A Empresa comemora sua trajetória sólida com investimentos para novos desafios

 

Na década de 1980, Nelson Bernardes Prado, então trabalhador no ramo de máquinas agrícolas, comprou um terreno, em Paracuru, como local de veraneio da família. Por vários anos, a propriedade – que incluía uma bonita lagoa – testemunhou momentos de afeto e diversão seus com a esposa, Maria Helena Prado, e com os quatro filhos.

 

Mas a partir de 1992, o local deu um salto em sua história. Empreendedor por natureza, Nelson passou a ver mais do que boas lembranças naqueles hectares. A despeito das condições adversas, em especial o solo arenoso, ele decidiu testar ali uma criação de búfalas.

Mais de vinte anos depois, a ideia de Nelson Prado segue como marco simbólico primordial da Laguna, destacada empresa de laticínios do mercado cearense e pioneira local na fabricação de queijo e outros produtos de leite de búfala.

 

Ao completar 25 anos em 2019, a Laguna orgulha-se de seguir em crescimento estável e constante, desde sua instituição oficial, em 1994, a partir de valores que sempre guiaram sua atuação: ética, transparência, a busca por excelência e um forte DNA familiar e cearense.

Hoje, três dos quatro filhos de Nelson Prado integram o quadro gestor da Laguna, e ao lado do pai são responsáveis por setores estratégicos da empresa – composta não apenas pela queijaria, mas pela fazenda, localizada a 90 km de Fortaleza e hoje detentora de um dos maiores rebanhos bubalinos do País.

 

Com 566 animais da raça Murrah, a Laguna mantém a linha carro-chefe de seu portfólio: os laticínios de leite de búfala, puxada pelo queijo Minas Frescal. Lançado na década de 90, foi uma aposta ousada da família Prado, por ser um produto à época quase desconhecido do grande público no Ceará.

 

“Era difícil, de cada cinco queijos fornecidos, três voltavam. Some-se a isso o fato de ser um produto muito fresco, com prazo de validade curto”, ressalta o diretor comercial Nelson Prado Filho. O fato demandou intenso trabalho de divulgação, com degustações sistemáticas em pontos de venda.

 

O resultado valeu a pena. Com o tempo, o Minas Frescal de búfala conquistou de vez o paladar dos consumidores. Queijo fresco, com alto teor de umidade, massa branca e consistência macia, vai bem puro ou em inúmeras combinações – de saladas e sanduíches até omeletes e aperitivos.

Frente ao sucesso, a linha cresceu e hoje também inclui o Queijo Frescal Light, a Ricota Fresca, o Creme de Nata Light, o Creme de Leite e o Requeijão Cremoso, inclusive na versão zero lactose.

 

Aliados à qualidade e à versatilidade – o Creme de Leite, por exemplo, tem excelente aceitação entre cozinheiros profissionais –, os produtos da linha trazem todos os benefícios do leite de búfala. Em relação ao leite bovino, ele possui mais cálcio, mais ferro, mais proteína e menos colesterol.

 

Logo nos primeiros anos da empresa, porém, o crescimento da demanda levou-a a incorporar laticínios bovinos em sua produção – que atualmente inclui queijo de coalho (tradicional, light, com ervas e sem lactose, defumado); Minas Frescal (tradicional e light); ricota fresca, creme de nata e creme de ricota; iogurte; requeijão cremoso (tradicional, light, de uso culinário e no sabor cheddar); queijo Minas Padrão (tradicional e sem lactose); e queijo Prato.

 

O aporte de leite bovino, oriundo de fazendas cearenses, obedece o mesmo controle rígido de qualidade que sempre pautou a atuação da Laguna. Hoje, produtos de leite bovino respondem por 90% do volume da produção da queijaria.

 

Além de Fortaleza, a Laguna está presente em Sobral e Juazeiro do Norte. A empresa fornece não apenas para clientes da cadeia de food service (restaurantes, lanchonetes, padarias e hotéis), mas para grandes redes de supermercado, o que garante amplo acesso do consumidor final aos produtos da marca.

 

Do pasto ao leite

 

Nenhum desses resultados seria possível sem o cuidado na base – ou seja, com o rebanho. Do manejo eficiente ao rígido controle genético, a logística na Fazenda Laguna determina a qualidade dos produtos da queijaria. O sistema utilizado é de semiconfinamento: os animais pastam durante parte do dia e são recolhidos em outra, com duas ordenhas mecânicas intervaladas.

 

A área de pasto, com cerca de 1.420 m², é adubada e altamente adensada. A boa oferta de capim permite reduzir o uso de suplementos na alimentação dos búfalos. O pastejo é rotacionado – realizado alternadamente em áreas divididas, no sentido de possibilitar períodos de descanso e, consequentemente, melhor aproveitamento do solo.

 

“O pastejo é conduzido por funcionários qualificados, que cuidam dos animais e da limpeza”, detalha o fundador Nelson Prado. Os recursos humanos, aliás, são outro pilar na constituição da Laguna. Do vaqueiro até administradores e técnicos (queijeiros, operadores de maquinário), boa parte são moradores de Paracuru e colaboradores antigos.

 

“Por exemplo, um de nossos vaqueiros, o Ivan, está conosco desde quando chegaram os primeiros búfalos”, conta Nelson Prado – ele próprio um especialista que se fez na Laguna. Autodidata, construiu na prática todo o seu conhecimento empresarial e sobre pecuária, em um contexto adverso. “Quando decidi transformar a fazenda em um plantel, amigos e parentes diziam que eu estava ficando louco, que o lugar só tinha areia e nunca iria funcionar”, conta, entre risos.

 

O comprometimento da empresa com a mão de obra local garante mais geração de emprego formal e de renda em um município com poucas opções de mercados de trabalho. A equipe passa por treinamentos periódicos realizados por consultores e técnicos. “Recentemente, por exemplo, finalizamos uma consultoria com a Gestão Láctea, empresa referência de Minas Gerais”, cita Nelson Filho.

 

“Sempre tivemos acompanhamento de técnicos e professores especializados. Agora, no segundo semestre, estaremos com outro profissional prestando consultoria na própria fazenda”, completa.

Da mesma forma, o controle genético caracteriza a operação da fazenda Laguna desde a chegada do primeiro lote de búfalos, ainda em caráter experimental. “Compramos 20 fêmeas e dois machos da fazenda Paineiras da Ingaí, localizada no interior de São Paulo e à época já reconhecida pela excelência de seu trabalho genético”, conta Nelson Prado.

 

“Cada um desses animais veio com informações precisa sobre mãe, pai, número de crias, peso, histórico de saúde e capacidade leiteira. Em Paracuru, mantivemos esse controle e hoje temos o maior banco de dados de produção de bubalinos do País”, orgulha-se o fundador.

 

Não por acaso, a Laguna costuma receber delegações brasileiras e estrangeiras interessadas em conhecer esse trabalho, além de comercializar material genético para vários estados e outros países, como Venezuela, Colômbia, Argentina, Guatemala e Equador.

 

Conquistas e desafios

 

Manejo e controle genético na fazenda, fabricação na queijaria. Por mais bem cuidadas, nenhuma dessas etapas de trabalho se aproveitaria sem uma logística eficiente de distribuição. Das primeiras vendas, realizadas pelo próprio Nelson Filho e pela mãe, Maria Helena Prado, até a atual frota de quatro caminhões a jornada foi repleta de desafios.

 

“No começo tínhamos uma Belina, colocávamos os queijos em isopores e trazíamos para Fortaleza. Eu fazia esse trajeto entre Paracuru e Fortaleza duas, três vezes por semana”, lembra Nelson Filho. Foi já nessa época, devido ao aumento da demanda – na alta estação, por exemplo, a quantidade de Minas Frescal de búfala, fornecida aos hotéis, já não era suficiente – momento em que a empresa desenvolveu os primeiros queijos de leite bovino.

 

Na esteira, a distribuição também foi adaptada. “A Belina deu lugar a um Fiorino, com compartimento de carga fechado, e depois a uma Trafic (tipo de van)”, conta Nelson. Hoje, a Laguna tem uma frota de quatro caminhões, que cumprem rotas diárias de entregas.

 

“Esse é um diferencial, produzimos em um dia e entregamos no outro. Nosso produto chega muito fresco aos clientes”, ressalta Nelson Filho. “Recentemente, compramos o primeiro caminhão Mercedes-Benz da frota. Também participamos há pouco da Minas Láctea, maior evento lácteo da América Latina, onde conhecemos novas tecnologias e adquirimos equipamentos”, revela Nelson Prado.

 

Sócio administrador responsável pela área de recursos humanos e financeira, Maurício Prado ratifica a fala do irmão, detalhando alguns investimentos. “Apenas neste ano já foram cerca de R$ 400 mil em equipamentos, treinamentos e consultorias. Só a caldeira nova que adquirimos para a queijaria custou R$ 100 mil. Também estamos equipando nosso laboratório para controle de qualidade”, pontua.

 

O grande aporte de valores, em 2019, mostra um momento peculiar da Laguna. “Somos uma empresa adolescente rumo à maturidade”, compara Maurício. “Traçamos um longo e sólido caminho, do qual nos orgulhamos bastante, mas ainda temos muito a percorrer”, reconhece.

Entre todos os gestores, porém, há um consenso: mais do que números e ranking, a grande conquista da Laguna é estar presente na mesa de milhares de cearenses, sob confiança absoluta desse público consumidor e a certeza de contribuir para tornar a alimentação não apenas um ato de saúde, mas de celebração, identidade e prazer.